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Ações do governo Anastasia colocam Monte Verde e Poço de Caldas na rota nacional do turismo de inverno

Luxo, esportes e lazer ajudam a conquistar visitantes

Durante a alta temporada, o principal problema das pousadas e pequenos hotéis das regiões que vivem do turismo de inverno, é destacar-se da concorrência. O número de estabelecimentos tem crescido à medida em que destinos como Gramado e Canela, no Rio Grande do Sul, São Joaquim, em Santa Catarina, Monte Verde e Poços de Caldas, em Minas Gerais e Campos do Jordão, em São Paulo, vão consolidando seus perfis e aperfeiçoando seus mecanismos de atrair os visitantes

Gramado, na serra gaúcha, oferece, na temporada, cerca de 11 mil leitos. Campos do Jordão, cerca de 9 mil (2 mil destes, em casas de família, em arranjos considerados “extra-oficiais”). Nos dias e semanas em que a procura supera a oferta, não há maior dificuldade para encontrar hóspedes. Mas, como fazer para que esse cliente, que esteve ali uma vez porque não encontrou vaga na sua pousada preferida adote essa nova casa como “sua”, retorne e até a recomende-as para amigos e conhecidos? Para responder essa pergunta é que boa parte dos proprietários e proprietárias têm trabalhado.

A Pousada Vila Casato, em Campos do Jordão, escolheu o caminho do requinte. Instalada numa majestosa casa dos anos 40, construída pela família Matarazzo, tem apenas seis suítes, com luxuoso conforto, que vai dos lençóis de linho egípcio ao piso aquecido nos banheiros. E o café da manhã não tem limite de horário como em outros estabelecimentos. Como atração especial, possui um restaurante francês, que é aberto também ao público que não se hospeda ali.

A Vila Casato oferece seus amplos espaços externos, decorados pela natureza, com araucárias imponentes, para eventos sociais e corporativos, com a instalação de tendas e estruturas temporárias.

Júlio Cardoso, que hoje é um dos diretores do sindicato da hotelaria, restaurantes, bares e similares da região das Hortênsias, no Rio Grande do Sul, conta que entrou para o ramo justamente porque todos, no seu grupo de amigos, tinham hotéis ou pousadas. “Quando a gente viajava ou saía junto, o assunto era um só e de tanto ouvi-los falar, acabei também querendo ser hoteleiro”, afirma ele, que há sete anos construiu a pousada Bella Terra num terreno que possuía, no centro da cidade. “Tinha aquela área, mais nos fundos, que permitia que o hotel fosse central, mas afastado do ruído da rua”, afirma Cardoso, que tem como uma das atrações principais o fato da pousada estar situada a a apenas 50 metros do Palácio dos Festivais, onde, no mês de agosto, é realizado o Festival de Cinema de Gramado.

A preparação para a temporada sempre exige, dos proprietários, alguns cuidados. Segundo Marta Eisenlohr, presidente da Central de Pousadas de Campos do Jordão e dona dos Chalés do Rancho Santo Antônio, “da mais luxuosa à mais simples, todo ano é preciso acrescentar alguma melhoria, que pode ser aquecedores a mais, rouparia nova, um restaurante, mimos para os hóspedes.”

Os cinco chalés do Rancho têm projetos arquitetônicos inovadores, cozinha completa, vista panorâmica e foram construídos dentro de uma fazenda de 2 milhões de metros quadrados. E nesse espaço foi criado um amplo programa de atividades, chamado ‘”Aventura no Rancho, que oferece várias atrações para os turistas como esporte e lazer como caminhadas, cavalgadas, ciclismo, arvorismo e rapel.

A ideia de reunir pousadas numa associação vai além da divulgação via cooperativa. A Central busca reforçar a classificação das pousadas para que o hóspede possa escolher aquela que lhe parece mais adequada mesmo à distância e, que ao chegar ao local, não tenha surpresas desagradáveis.

Em Campos do Jordão, o principal instrumento para captar novos hóspedes tem sido a internet. Marta calcula que “90% é internet e 10% boca a boca”. A propaganda on-line em sites de turismo e links patrocinados no Google e outros mecanismos de busca são praticamente as únicas ações de propaganda consideradas efetivas na região.

E depois que o hóspede chega, “aí é atendimento, qualidade do serviço e preço” para que o cliente volte outras vezes. Nos oito anos em que administra os Chalés, e depois, na sua experiência com a Central de Pousadas, Marta percebeu que o que o cliente do turismo de inverno procura e o que o torna fiel, é uma equação tão simples e antiga quanto difícil de ser obtida: “se ele sentir que o custo-benefício foi favorável, ele volta.”


Fonte: Valor Online

O sonho do Plug Minas

ARNALDO MADRUGA

Médico psiquiatra – a.madruga@uol.com.br

Todos os que escolhem a medicina sonham em curar as dores e doenças do mundo. Acho até essencial para o sucesso na profissão, mas há nisso certa ingenuidade. Aprendi ao visitar a Febem pela primeira vez.

Como médico, estava feliz por ser parte do processo que deveria transformar crianças e jovens abandonados em brasileiros saudáveis, autores de sua própria história. Depois de minha primeira visita, chorei sentado no carro. Percebi que era preciso curar dores e doenças não apenas dos jovens, mas de dirigentes, autoridades, famílias, políticos, legisladores e da sociedade… Era preciso fazer tudo porque faltava o básico; tinha que ser pai, mãe, irmão e amigo antes de ser médico. Os diretores e funcionários envolvidos no trabalho sabiam disso e faziam o que podiam.

Nos anos que me dediquei à Febem levantamos fundos, fazendo aquilo que a classe política não fazia porque não queria se envolver. Tínhamos que assumir os problemas e resolvê-los porque tudo fica diferente quando não são “menores”, mas crianças e jovens abandonados e com um futuro que dependia do nosso envolvimento. Assim, fazíamos rifas, jantares, leilões, almoços e tentávamos aliviar as dores e doenças causadas pelo abandono da família e da sociedade.

Por tudo isso fiquei emocionado ao conhecer uma iniciativa que prova que Minas está mais saudável, mais atenta e mais preocupada com a sua juventude. O espaço antes ocupado pela Febem, no bairro Horto, em Belo Horizonte, foi transformado em um centro de formação onde os jovens estudantes entram em contato com diversas linguagens artísticas e educacionais.

O Centro de Formação e Experimentação Digital (Plug Minas) representa muito do que na Febem considerávamos um bom caminho: uma resposta moderna do governo às questões da juventude como um todo e não apenas ao jovem abandonado. Vejo o Plug Minas como um processo de cura em que a sociedade e os dirigentes aceitam a responsabilidade de contribuir para diminuir as dores e doenças do mundo. Nesse sentido, o Plug Minas mostra uma visão acertada de que o remédio não é a separação, mas a integração, oferecendo aos jovens as mais modernas ferramentas digitais de integração e um saudável convívio no centro.

A solução não está no muro, na cela ou no portão trancado, mas na conexão e na participação. Minas entendeu que a cura está na soma e não na subtração. Acredito que todos nós que passamos pela Febem na organização e mesmo os internos sempre soubemos que não podíamos deixar de sonhar. Com a extinção da Febem, tornou-se até mais vital não deixar de sonhar. E ainda bem que Minas continua sonhando.

A iniciativa do Plug Minas mostra como os sonhos se transformam em projeto e como um projeto pode virar realidade. Mostra, sobretudo, como essa realidade pode oferecer caminhos para que os jovens possam sonhar, ter projetos e mudar a própria realidade.

Fonte: O Tempo