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Ações da Petrobras caem 14%, menor valor em 11 anos

Petrobras não tem o que comemorar em 2015: o ano mal começou e as ações da estatal já perderam R$ 17,7 bilhões em valor de mercado.

Denúncias de corrupção e mercado internacional afetam a Petrobras

Fonte: O Globo

Ação da Petrobras cai ao menor valor em 11 anos e já perdeu 14% em 2015

Bolsa fecha em queda de 2,05%; dólar chega a R$ 2,73 mas encerra valendo R$ 2,70

Petrobras não tem o que comemorar em 2015: o ano mal começou e as ações da estatal já caíram 14% na Bolsa, perdendo R$ 17,7 bilhões em valor de mercado em apenas dois pregões. Nesta segunda-feira, com preocupações sobre a Grécia e desaceleração na China e informações desencontrados do governo sobre ajustes na economia fizeram os papéis da petrolífera despencarem ao menor valor em mais de 11 anos, encerrando cotadas bem abaixo de R$ 9. Com a queda forte da companhia, a Bolsa brasileira inicia a semana em terreno negativo. O Ibovespa, principal índice do mercado acionário local, caiu 2,05%, aos 47.516 pontos. Já no mercado de câmbio, o dólar comercial avançava 0,59% ante o real, a R$ 2,707 na compra e a R$ 2,709 na venda. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a valer R$ 2,732.

Na Grécia, a preocupação é que a crise política gere instabilidade na região, e já se especula a saída do país da União Europeia. Já na China o temor dos investidores é de uma desaceleração ainda maior na economia do país asiático. Essa redução no ritmo de crescimento tem afetado fortemente o preço de commodities, o que prejudica os países emergentes exportadores de matérias-primas, como o Brasil.

O euro caiu ao seu menor valor contra o dólar em quase nove anos. Além do temor de uma saída grega, a moeda é pressionada pelas especulações de que o Banco Central Europeu (BCE) está próximo de iniciar um grande programa de compra de ativos para estimular a economia. No meio da tarde, a moeda europeia caía 0,7% frente à divisa americana, a US$ 1,191. O euro chegou a valer a US$ 1,186, menor valor desde março de 2006.

É o menor preço das commodities, além das denúncias de corrupção no âmbito da Lava Jato, que tem prejudicado o desempenho das ações da Petrobras, que já aprofundaram a queda no início da tarde. O preço do petróleo tipo Brent opera novamente em queda, abaixo dos US$ 54 o barril. Os papéis preferenciais da estatal fecharam em queda de 8,01%, a R$ 8,61, e os ordinários recuaram 8,11%, a R$ 8,27 — o menor valor desde 30 de setembro de 2003, quando fechou valendo R$ 8,23. O valor de mercado da companhia é de R$ 109,7 bilhões.

— A principal força negativa nos mercados hoje é a cotação do petróleo, que cai com as perspectivas negativas de crescimento global e com o fato de os EUA prever se tornar exportador de petróleo, algo inédito — explicou Maurício Pedrosa, estrategista da Queluz Asset Management.

— A Petrobras é afetada, além do preço do petróleo, pelo fato de não haver qualquer alteração nos seus quadros mesmo diante de situação tão grave. A sensação que dá é que, quem investe na companhia no longo prazo, está investindo no escuro — analisou Alvaro Bandeira, sócio da Órama.

Além dos fatores externos, Adriano Moreno, estrategista da Futura Invest, destaca uma influência negativa interna sobre o mercado.

— Pegou muito mal a presidente Dilma ter desautorizado o ministro do Planejamento sobre mudanças no cálculo do reajuste do salário mínimo. Isso aconteceu logo na virada do ano e deixou a sensação de que talvez a autonomia da nova equipe econômica será limitada — afirmou o analista.

No final de semana, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, precisou divulgar uma nota afirmando que a política de reajuste não será alterada após a presidente Dilma Rousseff demonstrar descontentamento com as declarações.

“Em 24 horas a presidente já começou a tirar a autoridade dos principais ministros. Preocupante, até porque o salário mínimo tem crescido acima do aumento de produtividade dos trabalhadores brasileiros”, afirmou, em relatório a clientes, os analistas da Yield Capital.

Apesar das pressões negativas, Adriano Moreno acredita que a Bolsa brasileira tem pouco espaço para cair mais nos próximos dias, uma vez que já vem de uma queda de 3% no primeiro pregão do ano, na sexta-feira.

SETOR DE EDUCAÇÃO SOFRE COM MUDANÇA NO FIES

Apesar de a valorização do dólar ter sido global, mudanças no programa de intervenção do Banco Central também contribuíram internamente para a tendência. O BC anunciou no fim de dezembro que reduziria em 2015 de US$ 200 milhões para R$ 100 milhões a oferta diária de contratos de swap cambial — operação equivalente à venda de dólares no mercado futuro e que busca desvalorizar a moeda estrangeira. O BC também disse que o programa vai vigorar por pelo quatro meses, em vez dos seis meses de a renovação que a autarquia vinha promovendo.

Entre as ações, o Ibovespa operou em queda generalizada, com praticamente todas papéis registrando desvalorização. Depois da Petrobras, a principal contribuição negativa veio da rede de universidades Kroton, que caiu 6,35%. As companhias do setor de educação são afetadas pela mudança nas regras do Fies, programa de financiamento universitário do governo federal. A partir deste ano, os estudantes precisarão atingir pelo menos 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e não zerar a redação para conseguirem o financiamento. O programa responde por uma parcela importante das receitas das universidades privadas. A ação da Estácio caiu 5,71%.

Em cenário negativo para a economia global, a Vale registrou queda de 1,50% (ON) e 1,07% (PN). Outras “blue chips” (ações mais líquidas e importantes da Bolsa) também pressionaram o índice. A Ambev recuou 2,19%. O Banco do Brasil caiu 2,08%.

PT precisa reaprender a conviver com povo nas galerias, diz Aécio

Senador defendeu brasileiros que foram ao Congresso protestar contra o PLN 36, projeto que altera a LDO e livra Dilma de cumprir meta fiscal.

Contra a manobra fiscal

Fonte: PSDB

PT precisa reaprender a conviver com o povo nas galerias, diz Aécio Neves

presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), defendeu nessa terça-feira (2) os brasileiros que foram ao Congresso protestar contra o PLN 36, projeto que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e livra a presidente Dilma Rousseff de cumprir a meta fiscal de 2014.

Após uma tumultuada sessão, que acabou com o manifestantes retirados à força por ordem do presidente Renan CalheirosAécio afirmou que a base da presidente Dilma cometeu um grave equívoco ao impedir o acesso do público às galerias da Câmara.

“Esta é a casa do povo. E o PT tem que aprender a conviver novamente com o povo nas galerias. A população brasileira acordou. A verdade é que existe um Brasil diferente, que hoje o PT e seus aliados ainda não perceberam”, afirmou Aécio Neves.

Para Aécio, o erro começou com a tentativa da base governista de votar o projeto longe dos olhos da população. “As pessoas estão participando do que está acontecendo no Brasil. Elas querem saber e algumas querem vir aqui no Congresso Nacional. Vamos fechar as galerias para atender a uma base que quer votar escondido uma proposta desta gravidade com estas consequências para o país? Não, esta é a casa da democracia”, ressaltou.

Logo no início da sessão, o presidente nacional do PSDB protestou contra a medida, sugerindo que as senhas distribuídas e não usadas por partidos da base do governo fossem disponibilizadas para o público que ficou do lado de fora.

“Eu presidi essa Casa durante dois anos. Quando havia isso, os partidos que pegavam as senhas e não as distribuíam, nós liberávamos a galeria para aqueles que quisessem participar das sessões. Infelizmente, o ato truculento da Mesa do Congresso Nacional acabou prejudicando o próprio governo”, lamentou.

Chantagem

Aécio também criticou o decreto da presidente Dilma que vincula a liberação de R$ 444 milhões em emendas parlamentares à aprovação do PLN 36. “É como se a presidente tivesse colocado um cifrão na testa de cada parlamentar dizendo ‘vocês valem R$ 700 mil reais cada um”. Isso não engrandece o parlamento”, disse o senador.

Equipe econômica do Governo Dilma é anunciada

Joaquim Levy já apresentou as diretrizes da política econômica a Dilma. Segundo ele, o governo vai fixar metas de superávit primário.

Nelson Barbosa assume Ministério do Planejamento e Alexandre Tombine permanece no Banco Central

Fonte: O Globo

Nova equipe anuncia meta fiscal e ‘controle rigoroso’ da inflação

Objetivo de superávit primário será de 1,2% do PIB em 2015 e de 2% em 2016 e 2017. Geração de emprego também está entre compromissos

O novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, já apresentou as diretrizes da política econômica da presidente Dilma Rousseff a partir de 2015. Segundo ele, o governo vai fixar metas de superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública) para os próximos três anos.

Segundo ele, em 2015, a equipe econômica vai trabalhar com uma meta fiscal de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país), que é menor que o percentual mínimo fixado na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2015, de 2%.

Para 2016 e 2017, no entanto, o superávit primário não será menor que 2% do PIB:

— Vir a suceder o mais longevo ministro da Fazenda é mais que uma honra, é um privilégio. O nosso objetivo imediato é estabelecer uma meta de superávit primário para os próximos três anos compatível com estabilização e declínio da dívida pública, considerando um nível de reservas estável — disse Levy, acrescentando: — Em 2015, a melhora do primário não deve nos permitir chegar a um valor de 2%. Deve-se trabalhar com uma meta de 1,2% do PIB. A meta pra 2016 e 2017 tem o mesmo critério e não será menor o que 2%.

Ele também fez questão de falar sobre a retomada da credibilidade da política fiscal:

— O Ministério da Fazenda reafirma o compromisso com a transparência de suas ações e manifesta o fortalecimento da sua comunicação de seus objetivos e prioridades e a comunicação de dados tempestivos, abrangentes e detalhados que possam ser avaliados por toda a sociedade, incluindo os agentes econômicos _ disse Levy, acrescentando:

— Temos a convicção de que a redução das incertezas em relação às ações do setor público sempre é ingrediente importante para a tomada de risco pelas empresas, trabalhadores e famílias brasileiras, especialmente as decisões de aumento de investimento. (…) Essa confiança é a mola para cada um de nós nos aprimorarmos e o país crescer.

Ele disse também que a prioridade é o aumento da taxa de poupança.

— Nossa prioridade tem que ser o aumento da taxa de poupança. Aumentando sua poupança, especificamente o primário, o governo contribuirá para que os outros agentes de mercado e as famílias sigam o mesmo.

Perguntado sobre como o governo vai renegociar a mudança dos indexadores da dívida de estados e municípios, que acaba de ser aprovada pelo Congresso e sancionada pela presidente, Levy disse que há um rito na relação entre União e os governos regionais e que isso vai ser discutido com a atual equipe econômica:

— Há muitos anos, há um rito de relacionamento com os estados. Temos um período de transição para conversar com o Tesouro e ver um encaminhamento que seja mais propício.

ADEQUAÇÃO DA PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA

Em seu primeiro discurso após ser indicado para assumir o Ministério do Planejamento no lugar de Miriam BelchiorNelson Barbosa disse que atuará em conjunto com a nova equipe econômica em prol do crescimento da economia com “controle rigoroso dacestabilidade fiscal e geração de emprego”.

— Como desafio mais imediato trabalharei na adequação da proposta orçamentária de 2015 ao novo cenários macroeconômico e aos objetivos de elevação gradual do resultado primário. Darei continuidade ao processo de melhoria da eficiência do gasto público, mediante a modernização da gestão e avaliação do custo-benefício dos diversos programas de governo — disse Barbosa.

O futuro ministro, que ainda trabalhará na equipe de transição com Miriam antes de ser empossado em primeiro de janeiro, diz que também se empenhará “pela desburocratização e melhoria da qualidade dos serviços públicos”.

Barbosa aproveitou para indicar que dará mais ênfase às parcerias com o setor privado do que a atual gestão:

— Assumirei, também, a coordenação dos programas de investimento do governo federal. Essa coordenação inclui tanto o gasto direto via Orçamento Geral da União – como o PAC e o programa Minha Casa Minha Vida – quanto o programa de concessões de infraestrutura e logística. A coordenação do investimento inclui, também, as parcerias público-privadas, as PPPs, que procurarei desenvolver e ampliar nos próximos anos, assim como fontes alternativas de financiamento de longo prazo.

Outro desafio que Barbosa assumiu foi o de aumentar a taxa de investimento e a produtividade da economia para “possibilitar o crescimento mais rápido da renda per capita com estabilidade monetária”. Ele também disse que vai contribuir para a melhorar a qualidade de vida dos brasileiros.

O ministro anunciado agradeceu a presidente Dilma pela oportunidade e disse que vai dedicar toda sua energia e esforço para honrar a confiança da presidente e contribuir para o desenvolvimento do Brasil. Ele também elogiou a gestão de Miriam, a qual classificou como “exitosa”.

BANCOS PÚBLICOS

O novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sinalizou hoje que o governo deve mudar a estratégia de injetar recursos do Tesouro Nacional nos bancos públicos para estimular o crescimento. Em seu primeiro discurso depois de oficializado no cargo, ele afirmou que um dos objetivos da nova equipe econômica é fazer com que o mercado de capitais complemente a ação do sistema bancário na oferta de crédito no país:

— O mercado de capitais terá um papel cada vez mais importante, complementando a ação do sistema bancário na alocação eficiente dos recursos de acordo com sua própria avaliação dos riscos e retornos de cada oportunidade de investimento, permitindo novas maneiras do país e das famílias construírem e se prepararem para um futuro melhor.

Além disso, ao falar sobre o esforço fiscal do governo para os próximos 3 anos, ele destacou que o superávit primário ficará em 2% do PIB em 2016 e 2017 desde que não haja aumento das transferências do Tesouro para os bancos públicos. Como a intenção do governo é reduzir a dívida bruta, Levy indicou que se for preciso fazer novos aportes, o esforço fiscal terá que ser ainda maior:

— O objetivo imediato do governo é estabelecer uma meta de superávit primário para os próximos três anos, compatível com estabilização e redução da dívida bruta, considerando um nível de reservas estável. O superávit primário terá que ser de no mínimo 2% do PIB ao longo do tempo desde que não haja elevação do estoque de transferências do Tesouro para os bancos públicos.

INFLAÇÃO SOB CONTROLE

O presidente do Banco CentralAlexandre Tombini, afirmou que a autarquia tem trabalhado para manter a inflação sob controle e fazer com que a taxa retorne para a trajetória de convergência para o centro da meta, de 4,5% ao ano.

— A política monetária deve evitar que esses ajustes se espalhem para o resto da economia na forma de aumento persistente da inflação — afirmou.

Setor energético: próximo governo vai assumir o caos no setor

Intensa mudança regulatória ganhou contornos dramáticos com a ocorrência de um dos mais fracos regimes de chuvas dos últimos anos.

Crise no setor de energia

Fonte: Valor Econômico

Energia é desafio para início do novo mandato

Os defensores e os opositores do polêmico pacote de redução tarifária amarrada à renovação das concessões de geração e transmissão de energia, lançado pelo governo em 2012, estão em acordo em pelo menos um ponto: a medida provisória 579/ 2012 (transformada na lei 12.783/ 2013) alterou a dinâmica do setor elétrico brasileiro. A intensa mudança regulatória, difícil de ser assimilada até por experientes técnicos do setor, ganhou contornos dramáticos com a ocorrência de um dos mais fracos regimes de chuvas dos últimos anos, o que levou o governo a adotar medidas emergenciais para garantir o abastecimento.

Essa combinação perigosa deve ser enfrentada por qualquer candidato que saia vencedor nas urnas no fim de outubro. Afinal, os reajustes tarifários das distribuidoras virão e as incertezas com relação ao nível dos reservatórios das hidrelétricas e da necessidade de despacho (acionamento) das térmicas continuarão. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) já sinalizou que é pouco provável desligar as térmicas em 2015, a fim de recompor os reservatórios das hidrelétricas.

De acordo com projeções da consultoria Thymos Energia, as tarifas das distribuidoras terão aumento real entre 18% e 27%, relativos ao passivo da ordem de, pelo menos, R$ 71 bilhões de custos adicionais do setor entre 2013 e 2014. Esses números ainda precisam incluir a inflação do ano em que será aplicado o reajuste.

Alguns reajustes tarifários aprovados este ano pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já sinalizam essa tendência. Em maio, a autarquia aprovou alta de 16,33% para as tarifas da Cemig, com impacto médio de 14,76%. Em junho, foi aprovado reajuste de 24,86% para a Copel. Já os consumidores da AES Eletropaulo tiveram efeito médio de 18,66% em suas tarifas, após o reajuste.

“Se não tivéssemos a medida 579, provavelmente o custo extra [anual] seria 90% maior em 2013, 2014 e 2015″, defende o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia(MME), Márcio Zimmermann. “Muitas vezes há miopia, com relação a alguém tentar enxergar que a 579 tem alguma coisa a ver com o fato de chover ou não em um determinado ano. Quando se tem um ano anormal ou crítico, a condição de despacho térmico é igual, com ou sem a 579″, diz.

O tropeço na geração hidrelétrica este ano evidenciou que o parque gerador brasileiro não pode mais ser baseado prioritariamente em uma única fonte. Dessa forma, tanto o governo como o candidato da oposiçãoAécio Neves (PSDB), defendem a diversificação da matriz elétrica do país, para reduzir risco de desabastecimento.

De forma geral, os dois candidatos propõem que a diversificação ocorra principalmente a partir de fontes renováveis, menos poluentes. Os principais exemplos são a energia eólica e asolar. “Sob a ótica das renováveis, estamos com uma perspectiva muito boa, seja qual for o resultado das urnas”, afirmou o diretor-presidente da CPFL RenováveisAndré Dorf. “Temos experimentado um crescimento muito importante com o atual governo, que tem valorizado a presença das renováveis”, completou.

Um ponto, porém, pouco comentado nas campanhas é a participação do gás natural na matriz elétrica brasileira. Apesar de mais “limpas”, as fontes renováveis, com exceção dahidreletricidade, não têm robustez para assegurar o crescimento da demanda do país. Segundo especialistas, parte desse vazio deverá ser preenchido por térmicas a gás. O problema é que o modelo regulatório atual pouco favorece investimentos nessa área.

“Hoje não está previsto que essas térmicas [a gás] entrem na base [jargão do setor que indica a operação contínua]. O Brasil não tem reservatórios para armazenar gás e seria importante ter uma regra que pudesse favorecer isso, já que o gás estará abundante nos próximos anos”, diz o presidente da GDF Suez no Brasil, Maurício Bähr.

Um programa mais detalhado e uma política nacional para o gás são os principais pleitos da associação das grandes indústrias consumidoras de energia, a Abrace, que enviou documento com as demandas do setor aos presidenciáveis. “É necessária uma decisão política, de diversificação da oferta, livre acesso e, principalmente, desenvolvimento do mercado. O gás não pode mais ser tratado como um subproduto do petróleo e um adendo da Petrobras. Precisa ser um combustível com vida própria”, afirma Paulo Pedrosapresidente da associação.

Outro ponto defendido pela associação junto aos candidatos é a instalação de uma política energética para a indústria, com o barateamento da conta através de subsídios governamentais e maior redistribuição das cotas de energia destinadas à produção. O plano para que o megawatt-hora (MWh) baixe da média atual de US$ 80 para US$ 40 – tarifa que deixaria o Brasil com o preço da energia equiparado a concorrentes como China, Alemanha e Estados Unidos – é calcado em três pontos que teriam que mudar em relação ao cenário atual: acesso a energia de concessões antigas, redução para a indústria de encargos do setor como a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), Encargo de Energia de Reserva (EER) eEncargo do Serviço do Sistema (ESS), e leilões específicos de cotas de energia para setores industriais chave.

“Essas medidas poderiam ser rapidamente adotadas e dariam um alento, pois o Brasil está muito distante de ter competitividade no preço da energia na comparação externa”, diz Pedrosa.

A integração entre órgãos de planejamento, vista como uma das medidas que poderiam dar maior poder de regulamentação ao sistema energético, é uma das principais bandeiras de curto prazo pensadas no programa para o setor da candidatura de Aécio Neves. Elena Landau, ex-diretora do BNDES e hoje consultora, é uma das responsáveis pelo programa de energia em um eventual governo tucano.

Ela afirma que a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) deve ganhar mais poder de formulação e fiscalização do setor. A empresa também faria as diretrizes para a política para as áreas de petróleo e gás, “pois hoje o órgão está esvaziado e fica reboque de decisões e Ibama, do Ministério de Minas e Energia etc.”

MP 579 e a condução dela é um exemplo de como “foi fraca” a interlocução do governo atual com o setor privado, ainda na visão da consultora, o que causou o estouro das tarifas para o próximo ano e enfraqueceu o cofre do Tesouro, que foi o avalista das distribuidoras que precisaram bancar a redução das tarifas. “Não ouviram os agentes do mercado para tomar a decisão e deu no que deu”, diz.

Sobre o preço da energia, que “precisa ser resolvido”, será necessário um “realinhamento das tarifas”. O alcance dos reajustes, no entanto, é decisão da equipe econômica. “Deverá ser como no caso da gasolina. É sentar com o setor e acertar, de maneira mais gradual. A questão é de conversa, consulta.”

A adoção da bandeira tarifária, que entra em vigor em janeiro do próximo ano, é um primeiro passo para diminuir a distorção existente entre os preços dos mercados livre e cativo, pleito de consumidores e distribuidores de energia. As bandeiras vão indicar para os consumidores se usinas térmicas mais caras estão sendo acionadas para poupar água dos reservatórios e garantir as condições de suprimento de eletricidade.

Se estiver verde, indica que a geração de energia vive um momento favorável e a tarifa não sofre acréscimo. A bandeira amarela sinaliza condições menos favoráveis e um adicional de R$ 1,50 para cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos. Há bandeira vermelha, com acréscimo de R$ 3 por cada 100 kWh, quando a geração térmica for maior.

Abrace diz que não apenas o regime desfavorável de chuvas é responsável pelos altos preços no mercado livre. A falta de regulamentação da modalidade e a ausência de repasses mais rápidos para a variação dos custos de produção no mercado cativo inibem o desenvolvimento do mercado livre. “Na medida em que os consumidores não sentem as variações, não há reação dos produtores. Hoje, apenas 30% deles [que respondem ao mercado livre] sentem o sinal de energia. Se houvesse sinalização correta nos preços há três anos, não teríamos chegado à situação atual, de alta volatilidade. A bandeira tarifária é bom um passo nesse sentido”, afirma Pedrosa.

Dilma vence eleição e dará mais quatro anos de poder ao PT

Presidente Dilma Rousseff, que disputou pelo PT as eleições deste ano, terá mais quatro anos de mandato como presidente do país.

Brasil vai continuar sem rumo

Fonte: O Globo

Dilma Rousseff é reeleita presidente do Brasil

Em pronunciamento, Dilma disse que seu 1º compromisso é promover diálogo e que foi eleita para fazer ‘grandes mudanças’

presidente Dilma Rousseff, que disputou pelo PT as eleições deste ano, terá mais quatro anos de mandato como presidente do país. Após 111 dias de campanha e uma disputa acirrada com Aécio Neves (PSDB), em segundo turno marcado por ataques e acusações, Dilma obteve vitória apertada sobre Aécio: com 100% das urnas apuradas, a petista tinha 51,64% dos votos, contra 48,36% de Aécio. Com a população e o Congresso divididos, um dos desafios da presidente será, em seu governo, conseguir unir o Brasil – o que foi lembrado pelo próprio pronunciamento da presidente reeleita.

O resultado marca a eleição mais acirrada da história da redemocratização do Brasil. Os ex-presidentes Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso, Lula e a própria Dilma não ganharam de seus adversários por uma diferença tão pequena em pleitos anteriores. Antes de 2014, a menor diferença havia sido registrada em 1989, na disputa entre Collor e Lula. Na ocasião, Collor venceu com 42,75% dos votos, contra 37,86% obtidos pelo então candidato do PT.

O horário de verão atrasou a divulgação do resultado da eleição presidencial, que só ocorreu depois das 20h do horário de Brasília por causa da votação no Acre – com um fuso atrasado três horas em relação à capital federal. Já nos estados onde houve segundo turno (Acre, Amazonas, Amapá, Rondônia, Roraima, Pará, Mato Grosso do Sul, Goiás, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e o Distrito Federal), a apuração começou logo após o término da votação, às 17h, pelo horário local.

EM PRONUNCIAMENTO, COMPROMISSO COM REFORMA POLÍTICA

Em pronunciamento logo após o resultado, Dilma agradeceu duas vezes a Lula e ao vice, Michel Temer (PMDB), e pediu união à população. Dilma disse que seu “primeiro compromisso’ no novo mandato é buscar “diálogo”.

– Minhas primeiras palavras são de chamamento à base e à união. Nas democracias, união não significa necessariamente unidade de ideias. Pressupõe, em primeiro lugar, abertura e disposição para o diálogo. Essa presidenta está disposta para o diálogo e esse é meu primeiro compromisso para o segundo mandato: diálogo – disse.

Com um discurso voltado para a união, a presidente reeleita, no entanto, afirmou não acreditar que o país está dividido por causa das eleições.

— Conclamo, sem exceção, todas as brasileiras e a todos os brasileiros para nos unirmos em favor do futuro de nossa pátria, de nosso país e de nosso povo. Não acredito, sinceramente, que essa essas eleições tenham dividido o país ao meio. Entendo que elas mobilizaram ideias, emoções às vezes contraditórias, mas movidos a um sentimento comum: a busca de um futuro melhor para o país. Em lugar de ampliar divergências, tenho forte esperança de que a energia mobilizadora tenha preparado um bom terreno para construção de pontes.

Dilma, que foi interrompida por gritos de “coração valente”ao se dizer que quer ser “uma presidente muito melhor” do que foi até agora, lembrou que “mudança” foi o termo mais presente ao longo da campanha, e disse que foi “reconduzida ao poder” para fazer “grandes mudanças”.

– A palavra mais dita, mais falada, mais dominante, foi “mudança”. O tema, foi reforma. Sei que estou sendo reconduzida à Presidencia para fazer as grandes mudanças que a sociedade brasileira exige – declarou – Entre as reformas, a primeira e mais importante é a reforma política.

Dilma se comprometeu ainda com o combate à inflação e em avançar no terreno da responsabilidade fiscal.

AÉCIO SE DISSE ‘MAIS VIVO E SONHADOR’

Visivelmente emocionado, o candidato do PSDB à PresidênciaAécio Nevesdisse que a prioridade da presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) deve ser unir o Brasil. O tucano agradeceu os votos em São Paulo e disse que sai desta eleição “mais vivo e sonhador”. Ele telefonou para Dilma, para cumprimentá-la pela vitória.

— E ressaltei à presidente que a maior de suas prioridades deve ser unir o Brasil em torno de um projeto honrado e que dignifique a todos os brasileiros. Mais vivo do que nunca, mais sonhador do que nunca, deixo essa campanha com sentimento de que cumprimos nosso papel — afirmou o tucano, que complementou: — Cumpri minha missão e guardei a fé.

Aécio iniciou sua fala agradecendo os 50 milhões de votos obtidos neste segundo turno, em que conquistou 48,38% dos votos totais. Para o tucano, estes brasileiros apontaram “o caminho da mudança”.

ATAQUES MARCARAM SEGUNDO TURNO

Após ataques durante o horário eleitoral no rádio e na TV e a troca de acusações em debate do SBT, com denúncias de nepotismo entre Dilma e Aécio, o TSE proibiu a veiculação de gravações que não fossem propositivas.

— O tribunal muda sua jurisprudência para estabelecer que, em programas eleitorais gratuitos, as propagandas devem ser programáticas e propositivas, mesmo com embates duros, em relação às candidaturas do segundo turno — disse o presidente da Corte, Dias Toffoli, no dia 16 de outubro.

Embora o TSE tenha levantado a questão e adiantado julgamentos para não prejudicar a igualdade de condições entre as candidaturas, o clima eleitoral não arrefeceu. Nas ruas, foram registrados tumultos entre partidários de ambas as campanhas. Nas redes sociais, a baixaria também teve vez. O Fla x Flu eleitoral abalou amizades, e gerou discussões com troca de ofensas.

DISPUTA ACIRRADA

A disputa mais acirrada desde 1989 teve a primeira reviravolta no dia 13 de agosto, quando o jato que partiu do Rio de Janeiro e levava o então candidato do PSBEduardo Campos, caiu em Santos após arremeter ao tentar pousar no aeroporto. (Confira todas as pesquisas IbopeDatafolha)

Após a morte do então candidato e a comoção causada pela tragédia, Marina Silva assumiu a cabeça de chapa e passou a liderar as pesquisas de intenção de voto. Desidratada após campanha de desconstrução do PT e recuos em relação ao programa de governo, Marina entrou em queda livre.

No primeiro turno, a decisão dos brasileiros contrariou as pesquisas eleitorais das semanas anteriores ao dia 5 de outubro, que indicavam uma disputa entre a candidata do PSB e Dilma Rousseff. No início do segundo turno, Aécio aparecia numericamente à frente nos levantamentos de Ibope e DatafolhaDilma, no entanto, recuperou a dianteira e descolou-se do candidato do PSDB.

No primeiro turno, excluindo os votos brancos e nulos, a petista teve 41,6% da preferência (43,2 milhões de votos), contra 33,6% do tucano (34,8 milhões de votos). A votação surpreendeu, já que a candidata do PSB, Marina Silva, que aparecia empatada tecnicamente com Aécio, ficou em terceiro lugar, com 21,3% da preferência (22,1 milhões de votos).

CANDIDATOS VOTARAM EM MG E RS

Pela manhã, Aécio Neves votou em escola de Belo Horizonte ao lado da mulher, Letícia Weber, às 10h30m. O tucano conseguiu amplo arco de alianças para enfrentar Dilma no segundo turno e comparou a união de candidatos derrotados no primeiro turno com a frente liderada por seu avô, Tancredo Neves, durante a redemocratização do país. Além dos nanicos, como Pastor Everaldo (PSC), Eduardo Jorge (PV) e Levy Fidelix (PRTB), também ganhou o apoio de Marina Silva (PSB).

Já a presidente Dilma Rousseff manteve o apoio de nove partidos da coligação feita antes do primeiro turno e votou na manhã deste domingo em Porto Alegre, acompanhada do governador Tarso Genro, candidato à reeleição ao governo do Rio Grande do Sul. Antes,Dilma fez um pronunciamento rápido, que durou pouco mais de três minutos, e reconheceu que a campanha que se encerrou às 22h de sábado teve “momentos lamentáveis”.

Setor energético: próximo governo vai assumir o caos no setor

Intensa mudança regulatória ganhou contornos dramáticos com a ocorrência de um dos mais fracos regimes de chuvas dos últimos anos.

Crise no setor de energia

Fonte: Valor Econômico

Energia é desafio para início do novo mandato

Os defensores e os opositores do polêmico pacote de redução tarifária amarrada à renovação das concessões de geração e transmissão de energia, lançado pelo governo em 2012, estão em acordo em pelo menos um ponto: a medida provisória 579/ 2012 (transformada na lei 12.783/ 2013) alterou a dinâmica do setor elétrico brasileiro. A intensa mudança regulatória, difícil de ser assimilada até por experientes técnicos do setor, ganhou contornos dramáticos com a ocorrência de um dos mais fracos regimes de chuvas dos últimos anos, o que levou o governo a adotar medidas emergenciais para garantir o abastecimento.

Essa combinação perigosa deve ser enfrentada por qualquer candidato que saia vencedor nas urnas no fim de outubro. Afinal, os reajustes tarifários das distribuidoras virão e as incertezas com relação ao nível dos reservatórios das hidrelétricas e da necessidade de despacho (acionamento) das térmicas continuarão. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) já sinalizou que é pouco provável desligar as térmicas em 2015, a fim de recompor os reservatórios das hidrelétricas.

De acordo com projeções da consultoria Thymos Energia, as tarifas das distribuidoras terão aumento real entre 18% e 27%, relativos ao passivo da ordem de, pelo menos, R$ 71 bilhões de custos adicionais do setor entre 2013 e 2014. Esses números ainda precisam incluir a inflação do ano em que será aplicado o reajuste.

Alguns reajustes tarifários aprovados este ano pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já sinalizam essa tendência. Em maio, a autarquia aprovou alta de 16,33% para as tarifas da Cemig, com impacto médio de 14,76%. Em junho, foi aprovado reajuste de 24,86% para a Copel. Já os consumidores da AES Eletropaulo tiveram efeito médio de 18,66% em suas tarifas, após o reajuste.

“Se não tivéssemos a medida 579, provavelmente o custo extra [anual] seria 90% maior em 2013, 2014 e 2015″, defende o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia(MME), Márcio Zimmermann. “Muitas vezes há miopia, com relação a alguém tentar enxergar que a 579 tem alguma coisa a ver com o fato de chover ou não em um determinado ano. Quando se tem um ano anormal ou crítico, a condição de despacho térmico é igual, com ou sem a 579″, diz.

O tropeço na geração hidrelétrica este ano evidenciou que o parque gerador brasileiro não pode mais ser baseado prioritariamente em uma única fonte. Dessa forma, tanto o governo como o candidato da oposiçãoAécio Neves (PSDB), defendem a diversificação da matriz elétrica do país, para reduzir risco de desabastecimento.

De forma geral, os dois candidatos propõem que a diversificação ocorra principalmente a partir de fontes renováveis, menos poluentes. Os principais exemplos são a energia eólica e asolar. “Sob a ótica das renováveis, estamos com uma perspectiva muito boa, seja qual for o resultado das urnas”, afirmou o diretor-presidente da CPFL RenováveisAndré Dorf. “Temos experimentado um crescimento muito importante com o atual governo, que tem valorizado a presença das renováveis”, completou.

Um ponto, porém, pouco comentado nas campanhas é a participação do gás natural na matriz elétrica brasileira. Apesar de mais “limpas”, as fontes renováveis, com exceção dahidreletricidade, não têm robustez para assegurar o crescimento da demanda do país. Segundo especialistas, parte desse vazio deverá ser preenchido por térmicas a gás. O problema é que o modelo regulatório atual pouco favorece investimentos nessa área.

“Hoje não está previsto que essas térmicas [a gás] entrem na base [jargão do setor que indica a operação contínua]. O Brasil não tem reservatórios para armazenar gás e seria importante ter uma regra que pudesse favorecer isso, já que o gás estará abundante nos próximos anos”, diz o presidente da GDF Suez no Brasil, Maurício Bähr.

Um programa mais detalhado e uma política nacional para o gás são os principais pleitos da associação das grandes indústrias consumidoras de energia, a Abrace, que enviou documento com as demandas do setor aos presidenciáveis. “É necessária uma decisão política, de diversificação da oferta, livre acesso e, principalmente, desenvolvimento do mercado. O gás não pode mais ser tratado como um subproduto do petróleo e um adendo da Petrobras. Precisa ser um combustível com vida própria”, afirma Paulo Pedrosapresidente da associação.

Outro ponto defendido pela associação junto aos candidatos é a instalação de uma política energética para a indústria, com o barateamento da conta através de subsídios governamentais e maior redistribuição das cotas de energia destinadas à produção. O plano para que o megawatt-hora (MWh) baixe da média atual de US$ 80 para US$ 40 – tarifa que deixaria o Brasil com o preço da energia equiparado a concorrentes como China, Alemanha e Estados Unidos – é calcado em três pontos que teriam que mudar em relação ao cenário atual: acesso a energia de concessões antigas, redução para a indústria de encargos do setor como a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), Encargo de Energia de Reserva (EER) eEncargo do Serviço do Sistema (ESS), e leilões específicos de cotas de energia para setores industriais chave.

“Essas medidas poderiam ser rapidamente adotadas e dariam um alento, pois o Brasil está muito distante de ter competitividade no preço da energia na comparação externa”, diz Pedrosa.

A integração entre órgãos de planejamento, vista como uma das medidas que poderiam dar maior poder de regulamentação ao sistema energético, é uma das principais bandeiras de curto prazo pensadas no programa para o setor da candidatura de Aécio Neves. Elena Landau, ex-diretora do BNDES e hoje consultora, é uma das responsáveis pelo programa de energia em um eventual governo tucano.

Ela afirma que a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) deve ganhar mais poder de formulação e fiscalização do setor. A empresa também faria as diretrizes para a política para as áreas de petróleo e gás, “pois hoje o órgão está esvaziado e fica reboque de decisões e Ibama, do Ministério de Minas e Energia etc.”

MP 579 e a condução dela é um exemplo de como “foi fraca” a interlocução do governo atual com o setor privado, ainda na visão da consultora, o que causou o estouro das tarifas para o próximo ano e enfraqueceu o cofre do Tesouro, que foi o avalista das distribuidoras que precisaram bancar a redução das tarifas. “Não ouviram os agentes do mercado para tomar a decisão e deu no que deu”, diz.

Sobre o preço da energia, que “precisa ser resolvido”, será necessário um “realinhamento das tarifas”. O alcance dos reajustes, no entanto, é decisão da equipe econômica. “Deverá ser como no caso da gasolina. É sentar com o setor e acertar, de maneira mais gradual. A questão é de conversa, consulta.”

A adoção da bandeira tarifária, que entra em vigor em janeiro do próximo ano, é um primeiro passo para diminuir a distorção existente entre os preços dos mercados livre e cativo, pleito de consumidores e distribuidores de energia. As bandeiras vão indicar para os consumidores se usinas térmicas mais caras estão sendo acionadas para poupar água dos reservatórios e garantir as condições de suprimento de eletricidade.

Se estiver verde, indica que a geração de energia vive um momento favorável e a tarifa não sofre acréscimo. A bandeira amarela sinaliza condições menos favoráveis e um adicional de R$ 1,50 para cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos. Há bandeira vermelha, com acréscimo de R$ 3 por cada 100 kWh, quando a geração térmica for maior.

Abrace diz que não apenas o regime desfavorável de chuvas é responsável pelos altos preços no mercado livre. A falta de regulamentação da modalidade e a ausência de repasses mais rápidos para a variação dos custos de produção no mercado cativo inibem o desenvolvimento do mercado livre. “Na medida em que os consumidores não sentem as variações, não há reação dos produtores. Hoje, apenas 30% deles [que respondem ao mercado livre] sentem o sinal de energia. Se houvesse sinalização correta nos preços há três anos, não teríamos chegado à situação atual, de alta volatilidade. A bandeira tarifária é bom um passo nesse sentido”, afirma Pedrosa.

Aécio: Dilma tem dificuldades em distinguir o que é Estado e o que é governo

Aécio: “O MP investiga porque a Constituição que nós aprovamos determina que essa é sua função. A PF nvestiga porque cumpre com sua atribuição.”

Aécio: “A presidente tem uma dificuldade muito grande de compreender aquilo que é Estado e aquilo que é ação do seu governo”, ressaltou o candidato.”

Fonte: PSDB

Aécio: “Dilma tem dificuldade em compreender o que é Estado e o que é ação do seu governo”

O candidato da Coligação Muda Brasil à Presidência da República, Aécio Neves, criticou, nessa segunda-feira (22/09), no Rio de Janeiro, a forma como a presidente Dilma Rousseff trata as investigações promovidas pelo Ministério Público e pela Polícia Federal sobre os desvios de recursos e irregularidades envolvendo a PetrobrasAécio afirmou que a petista tem dificuldades em distinguir o que é Estado e o que é governo.

“Demonstrei a minha perplexidade quando vi ontem [21/09] a presidente da República dá a impressão de que a Polícia Federal ou o Ministério Público investigam as denúncias de corrupção porque seu governo quer que investigue. O Ministério Público investiga porque a Constituição que nós aprovamos determina que essa é sua função. A Polícia Federalinvestiga porque cumpre com sua atribuição. A presidente tem uma dificuldade muito grande de compreender aquilo que é Estado e aquilo que é ação do seu governo”, ressaltou o candidato.

Aécio destacou que espera que as investigações sejam aprofundadas. Mais uma vez, ele apelou sobre a necessidade de punir os responsáveis pelas irregularidades.  Segundo o candidato, os responsáveis devem ser “punidos exemplarmente”.

Programa de governo

Em entrevista à imprensa, o candidato anunciou que o programa de governo da Coligação Muda Brasil será lançado nos próximos dias. Ele salientou que as diretrizes de seu programa são “muito mais densas e detalhadas do que de qualquer outro candidato”.

“A tranquilidade em relação ao nosso programa é que ele reflete aquilo que nós acreditamos e aquilo que nós praticamos ao longo de toda nossa vida. Tanto a minha, pessoalmente, quanto a do PSDB e dos nossos aliados. Não terá nenhuma surpresa, a não ser o aprofundamento de algumas análises, de alguns diagnósticos que precisam ser feitos. Não será um programa surpreendente. Será um programa coerente com aquilo que nós pensamos e acreditamos que deva ser implementado no Brasil”, ressaltou.

Aécio acrescentou que o Brasil não merece viver mais quatro anos de improviso e aprendizado no governo. “As propostas vão ficando muito claras. A [proposta] da presidente perdeu a capacidade de fazer o Brasil crescer, de gerar credibilidade para que os agentes econômicos, investimentos, voltem ao Brasil. A atual candidata Marina [Silva, do PSB] tem uma dificuldade que é o improviso da sua proposta. É um projeto que não se sustenta de pé, sem a cada dia ter que ser feito um recuo, uma mudança de posição”, destacou.

Curva de crescimento

O candidato da Coligação Muda Brasil também se mostrou otimista com as curvas de crescimento da sua candidatura apontadas pelas últimas pesquisas de intenção de voto. “Em todas as regiões do Brasil, a nossa candidatura vem crescendo. O que nós temos é que transformar isso no contingente necessário para chegarmos no segundo turno. A curva está aí. A onda da razão está chegando, e nós vamos colocar na reta final um pouco de emoção nessa razão, porque a nossa vitória é boa para o Brasil”, afirmou.

Aécio acrescentou ainda que sua vitória nas urnas se dará pela clareza de propostas e pela determinação em torná-las realidade na vida de todos os brasileiros. “Se nós temos uma seleção nacional de gente da mais absoluta qualificação, em todas as áreas, para conduzir o Brasil, não acho que o Brasil vai jogar com um time reserva, de segunda divisão”, completou.

Governo do PT repassa menos recursos para a segurança de Minas

Minas figura entre os estados que menos receberam recursos per capita para a área de segurança pública em todo o Brasil nos últimos três anos.

Gestão Deficiente do PT

Fonte: Estado de Minas

Governo do PT despreza MG no repasse da segurança 

Sem título

Muito ao contrário do que alardeia o candidato petista ao Governo do Estado, a segurança pública de Minas Gerais foi desprezada pelo governo federal do PT. Em uma amostra de claro descaso com o povo mineiro, Minas Gerais figura entre os estados que menos receberam recursos per capita para a área de segurança pública em todo o Brasil nos últimos três anos. Segundo revela reportagem publicada nesta sexta-feira (12/09) pelo jornal “Estado de Minas”, entre 2011 e 2014, foram repassados ao setor de segurança pelo governo de Dilma Rousseff apenas R$ 2,18 para cada habitante do Estado, investimento considerado pífio por especialistas do setor.

Este repasse praticamente irrisório coloca Minas atrás de 24 estados da Federação e do Distrito Federal. O valor total repassado a Minas por meio de convênios com o governo federal foi de R$ 42,7 milhões, para uma população de 19,5 milhões, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ainda conforme informa a reportagem, os montantes são transferidos para os estados por meio de contratos firmados junto ao Ministério da Justiça e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Os recursos são utilizados pelos governos estaduais para reforçar as estruturas dos órgãos de segurança pública, por meio da aquisição de equipamentos e treinamentos de policiais.

Os repasses para a segurança pública demonstram que, além de ter virado as costas para Minas, o governo do PT destina maiores parcelas de recursos para estados governados por seus aliados. Os estados que mais receberam investimentos para o setor foram o Acre e Rondônia, que têm no comando, respectivamente, governadores do PT e do PMDB. Na parte de baixo do ranking está, além de Minas, o Estado de São Paulo, que é governado por Geraldo Alckmin (PSDB). Apesar de possuir população de mais de 41 milhões de pessoas, São Paulo recebeu no período apenas R$ 0,75 por habitante, figurando na última posição no ranking de repasses do governo Dilma.

O fato de Minas Gerais figurar na antepenúltima posição dentre os estados beneficiados se deve a obstáculos impostos pelo próprio governo do PT. Ao jornal, o secretário de Estado de Defesa Social, Marco Antônio Romanelli, afirmou que as burocracias impostas pelo governo federal dificultam a liberação dos recursos. “Há uma lista de projetos que foram encaminhados ao governo federal e que não foram analisados ou aprovados. Eles somam mais de R$ 32 milhões e estão relacionados à construção de unidades socioeducativas, capacitação de policiais, combate às drogas e estruturação de unidades integradas das polícias”, informou Romanelli, segundo o Estado de Minas.

Prioridade para Minas

“É lamentável que o PT faça distinções partidárias até em uma área tão importante. Esta é a postura desses que querem governar Minas Gerais. Ao beneficiar seus aliados, o PT vira as costas para o cidadão mineiro. O Governo de Minas, ao contrário, entende que, muito mais do que uma atribuição constitucional dos estados, a segurança pública é um setor que exige muitos investimentos. Por isso, nós vamos fortalecer ainda mais a estrutura das forças deDefesa Social e ampliar as ações de policiamento ostensivo nas ruas das cidades mineiras”, disse o candidato a governador pela Coligação Todos por MinasPimenta da Veiga, ao reafirmar seus compromissos para o setor.

Apesar do menosprezo do governo do PT com relação ao Estado, os governos do PSDB em Minas não apenas cumpriram seu papel constitucional com relação ao setor, como, ainda, lideraram o ranking nacional de investimentos em combate à criminalidade. Minas é o Estado que mais investe em segurança no Brasil, proporcionalmente ao orçamento, de acordo com dados do 7º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Além disso, Minas possui a melhor gestão de segurança pública do país, segundo levantamento de Governança de Segurança Pública, divulgado no último mês de abril pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Aécio: PT vai entregar país no ‘pior cenário possível’

Em Florianópolis, Aécio Neves fez duras críticas a gestão econômica do governo e prometeu restabelecer a confiança do país.

Eleições 2014

Fonte: O Globo

Aécio diz que PT vai entregar país no ‘pior cenário possível’

Tucano afirmou ainda que governo gasta bilhões com propaganda para mostrar Brasil ‘irreal’

candidato do PSDB à Presidência Aécio Neves fez duras críticas a gestão econômica do governo nesta quinta-feira, em ato político na capital catarinense. Em discurso, Aécio prometeu controlar a inflação e restabelecer a confiança no Brasil.

— É mais que uma eleição que está em jogo. (O governo PT) É um modelo e uma visão de gestão pública diferente dessa que está aí, em que a meritocracia deve se sobrepor ao absurdo do aparelhamento da máquina pública. Vamos implantar um modelo de estabilização da moeda e de controle inflacionário — disse o tucano.

Sem citar a presidente DilmaAécio afirmou que a economia brasileira está “paralisada”, sem controle da inflação, e não demonstra capacidade de “reverter essa situação”.

— O governo do PT vai entregar o país no pior cenário possível. O Brasil vive a estagflação, crescendo 1%, o menor (índice) em toda a América Latina. A inflação já está estourando o teto da meta. Isso traz um clima de desânimo para aqueles que querem empreender. No momento em que se olha para o futuro, não se enxerga nesse governo, capacidade para fazer o país crescer — atacou.

O senador tucano defendeu a ideia que o governo federal fracassou na economia e na gestão pública:

— Na verdade, o Brasil está no final da fila dos principais rankings internacionais de educação, como o Pisa (Programme for International Student Assessmen), por exemplo. A saúde publica é trágica. Há uma omissão crescente do governo federal na segurança pública.

Para Aécio, o governo gasta bilhões em propaganda para mostrar um “Brasil irreal”.

— O que não dá mais para aguentar é o que vem acontecendo no Brasil. Um Brasil virtual, vendido numa propaganda bilionária, quase uma lavagem cerebral, como se fossemos um país quase sem miséria. A grande verdade vai ficar clara na campanha, quando o Brasil real for confrontado com o Brasil virtual.

PALANQUES NOS ESTADOS

O senador também declarou “ver problemas” em dividir palanques com o candidato Eduardo Campos (PSB). A declaração foi dada para explicar o apoio a chapa que reúne Paulo Bauer (PSDB) como candidato a governador, e Paulo Bornhausen (PSB) para concorrer na vaga ao Senado:

— Da minha parte, sempre que os candidatos do PSDB estiverem fortes, nós estaremos fortes. Agradeço o apoio dos candidatos do PSB em vários estados, não apenas aqui.

O Brasil tem jeito, afirma Aécio em palestra a empresários

Em evento realizado em SP, Senador aponta diretrizes para tirar o país do retrocesso iniciado na gestão Lula e estendido por Dilma.

Inflação, Lei de Responsabilidade Fiscal, Petrobras e Controle de Mídia foram alguns pontos abordados.

Fonte: Jogo do Poder

Aécio Neves participa de debate com 300 empresários em São Paulo

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, fez palestra e participou de debate, nesta segunda-feira, com 300 empresários, em São Paulo. O encontro faz parte da série Cafés da Manhã Estadão Corpora, realizado pelo jornal O Estado de S.Paulo.
Abaixo, seguem trechos da fala de Aécio Neves:

Brasil

O Brasil tem jeito. Talvez essa não seja a expectativa de muitos quando se preparam para ouvir um candidato da oposição, mas o Brasil tem muito jeito. O problema não é o Brasil, o problema é o governo que aí está.

Modernização da economia

Do ponto de vista econômico, após o governo Itamar, com a concepção do Plano Real, e depois com a sua consolidação no governo do presidente Fernando Henrique, com a modernização da nossa economia, com a privatização essencial de setores que precisavam sair das mãos do Estado, como telefonia, siderurgia, aviação, dentre tantos outros, o Brasil veio avançando.

Confiabilidade e LRF

O Brasil resgata a credibilidade perante o mundo, volta a ser o interlocutor confiável, respeitador de contratos e de convênios. Do ponto de vista interno, vem a Lei de Responsabilidade Fiscal, um marco absolutamente definitivo na vida nacional, e iniciam-se ainda naquele período do governo Fernando Henrique, no final do seu governo, os programas de transferência de renda, que passaram a ser um instrumento também importante de atendimento na nossa avaliação circunstancial e temporária das populações mais vulneráveis.

Flexibilização

A partir da metade do segundo mandato do presidente Lula começa a haver uma flexibilização daqueles pilares macroeconômicos e isso continua no governo da atual presidente da República, que traz consigo, infelizmente, um viés autoritário e intervencionista que muito mal vem fazendo ao Brasil.

Retrocesso

O lamentável é que enquanto deveríamos estar aqui discutindo fundamentalmente a questão da produtividade, a agenda da competitividade perdida no Brasil, estamos voltando a falar de inflação, de credibilidade do Brasil perante agentes externos e internos.

Base governista

Esse gigantismo do Estado brasileiro fez com que a presidente da República ficasse refém de forças políticas que a imobilizaram. E a pergunta que eu faço, e faço isso no Congresso corriqueiramente, é: para que uma base desse tamanho se nenhuma agenda estruturante foi colocada e conduzida pelo governo?

Custo Brasil

Guerra absoluta ao Custo Brasil. Essa é uma necessidade absolutamente urgente de quem queira governar com seriedade o Brasil. Isso de dá em várias vertentes. Desde a questão tributária, passa pela questão da segurança jurídica, pela questão da infraestrutura e da criação de um ambiente adequado para que as parcerias e os investimentos com o setor privado voltem ao Brasil.

Infraestrutura e planejamento

Tenho dito que, ao lado disso, o Brasil precisa de um choque de infraestrutura, e do resgate do planejamento na vida pública brasileira. O Brasil hoje é o Brasil do improviso. O Brasil é hoje um cemitério de obras abandonadas por toda parte. Vejo agora o açodamento do governo para inaugurar obras pelo meio do caminho, como se pudesse enganar a realidade, enganar os brasileiros.

Energia

Temos que ter uma política descentralizada para enfrentar o desafio da energia compreendendo as realidades de cada região, os potenciais de cada região, acho que seria um avanço extraordinário. O Brasil além desse viés intervencionista ao qual estamos submetidos, vem nessa área sofrendo pela absurda falta de planejamento do governo. Parques eólicos no Nordeste estão prontos sem linhas de transmissão.

Petrobras

Não é apenas a Petrobras que nos preocupa, mas a incapacidade do governo de conduzir adequadamente a política macroeconômica fez da empresa instrumento para esta política, com consequências perversas para o caixa da empresa. A Petrobras é vítima de um novo sistema de partilha que a onera com a obrigatoriedade de participação de 30% no mínimo em cada um dos lotes, ao mesmo tempo em que tem o seu caixa estrangulado por uma decisão política do governo. E a consequência disso é o que fizeram com o setor de etanol em todo o Brasil.

Etanol

Talvez esta tenha sido a grande fronteira nova que o Brasil conseguiu construir ao longo de muitas décadas, competitiva, ambientalmente adequado, socialmente extremamente importante pela gama de empregos que gera, e, na verdade, nos últimos cinco anos, 43 usinas fecharam, inúmeras outras estão com problemas prestes a fechar até o final do ano. Mais de 100 mil empregos diretos nessas usinas o Brasil perdeu. A incapacidade do governo de compreender qual caminho seguir na produção de etanol, e, na verdade, nos últimos cinco anos, 43 usinas fecharam, inúmeras outras estão com problemas prestes a fechar até o final do ano. Mais de 100 mil empregos diretos nessas usinas o Brasil perdeu. A incapacidade do governo de compreender qual caminho seguir na produção de energia está fazendo com que o Brasil que tem um potencial absolutamente diferenciado em relação às maiores economias do mundo no que diz respeito à matriz energética, esteja hoje passando por dificuldades graves.

Consumo x Investimentos

É uma falsa questão. O que ocorreu no Brasil foi sim, a partir da crise de 2009, um forte estímulo ao crescimento da economia pelo consumo. Isso é elogiável. Era o caminho que tínhamos a partir da oferta de crédito farto, mas não poderia ser o único caminho. Não investimos na outra ponta que era da oferta. Esta é que é a grande realidade. E para sustentar o consumo em padrões adequados é fundamental que nos preocupamos com a oferta. E tudo isso passa pela criação de um ambiente adequado para a retomada dos investimentos.  Nos últimos números do IBGE, que mostra um crescimento de 0,2% nesse primeiro trimestre, já aponta, pela primeira vez, uma queda no consumo das famílias, e isso, a meu ver, é consequência também da falta de planejamento no campo dos investimentos de segurança jurídica, para que pudéssemos ter crescido no campo da oferta.

Inflação

Tenho dito. Para nós, com inflação, é tolerância zero. É possível sim sinalizarmos de forma clara que queremos o centro da meta de inflação, e não o teto. Após o primeiro ano, é possível iniciarmos um processo de estreitamento das, que hoje me parecem excessivamente largas.
Agronegócio x Sustentabilidade

Esse 0,2% só não foi algo mais vexatório e dramático porque, nesse primeiro trimestre, a agropecuária cresceu 3,6%. Venho sempre falando que da porteira para dentro, ninguém é mais produtivo do que o Brasil. Na década de 90 para cá, o Brasil aumentou em 40% a sua área plantada. E a produção aumentou 220%. Temos de superar também esta outra falsa contradição entre o agronegócio e a questão ambiental. Não tem ninguém no mundo moderno que se coloca de forma adequada como alternativa para presidir o Brasil que não vai ter uma visão de sustentabilidade. Ela é essencial. Ela é imposta pela sociedade hoje. Esta falsa discussão é que tem de ser superada.

Ministério da Agricultura

É preciso que o Ministério da Agricultura saia do balaio das trocas políticas, das compensações partidárias. O Ministério da Agricultura tem de estar sentado junto ao Ministério da Economia, do Planejamento, formulando políticas com representantes que falem em nome do setor. O que não vem acontecendo ao longo dos últimos anos. Uma área tão vital, tão essencial ao crescimento da economia, à geração de empregos e renda, não pode ficar no final da fila na hora das composições políticas para agradar partido A e partido B.

Parcerias

Minas é o estado brasileiro que tem o maior conjunto de parcerias com o setor privado em todas as áreas. No saneamento, na saúde, na educação, nas rodovias, agora, no sistema prisional. Porque onde o capital privado pode vir complementar as necessidades de investimentos, suprir a incapacidade do Estado de investir, ele é e deve ser muito bem-vindo. Temos que estimular estas parcerias com regras absolutamente claras e que não sejam alteradas ao longo de todo o processo.

Política externa

O Brasil hoje é passivo na sua política externa. A política externa do Brasil hoje é este alinhamento que estamos assistindo. O Brasil precisa ter foco, quais são os setores onde somos competitivos, onde temos escalas, onde podemos realmente alcançar novos mercados. São esses que devem ser estimulados. Introduzir as empresas brasileiras nas cadeias globais de produção, nos setores onde somos competitivos é um gesto minimamente de inteligência.

Indústria

A perda de participação da indústria na construção do nosso PIB é extremamente grave. O Brasil está se voltando ao que era na década de 50 com JK, na verdade, exportador de commodities. A indústria brasileira tem uma presença de 13% na constituição do nosso PIBSomos um dos países menos produtivos do mundo.

<Inovação

Quando se fala em inovação, os fundos setoriais que financiam a inovação no Brasil, são os mesmos criados há 14 anos pelo presidente Fernando Henrique. Para o fundo setorial de apoio científico e tecnológico, para se ter uma ideia da importância que este governo dá à inovação, nos últimos três anos foram R$ 13 bilhões aprovados no orçamento. O governo não gastou R$ 5 bilhões.

Aparelhamento

O aparelhamento do Estado brasileiro, que se colocou não a serviço de um projeto de país, mas a serviço de um projeto de poder é o mais nocivo de toda nossa história republicana. Alcançou instituições imaculadas, como o IpeaIBGE, Embrapa, e está em toda a administração pública, porque o PT abriu mão de um projeto transformador de país e hoje se contenta com um projeto de poder.

Controle da mídia

Controle social da mídia quer dizer censura, controle dos meios de comunicação. Sou da geração dos filhos da democracia. Vi o que quanto custou a tantos brasileiros nos permitir viver no país que vivemos hoje. Esse é um patrimônio que não temos o direito de permitir sequer que seja ameaçado. Liberdade de imprensa é o principal valor em qualquer sociedade democrática. Controle da mídia, que era algo discutido intramuros, já é externado por algumas das principais lideranças do partido.

Copa do Mundo

Não estamos mais na década de 1970. Acho que o Brasil tem grandes chances de ganhar dentro de campo. E vamos ganhar em campo, dar alegria aos brasileiros, que estão tão carentes em alegria, e vamos ganhar de novo em outubro, tirando esse governo que está aí. Acho que as coisas são completamente compatíveis. No fora campo, esse sim é um problema que será cobrado do governo. Menos de 40% de tudo que foram acertado, compromissado pelo governo, será entregue.

Saúde

Estamos caminhando para viver no Brasil um Estado unitário. A Federação está indo embora. O governo central gastava 54% do conjunto dos investimentos em saúde pública, agora passou para 45%, são os municípios que pagam a conta.

Segurança Pública

Há hoje uma omissão criminosa do governo federal na questão da segurança pública, 87% de tudo que se gasta vêm dos estados e municípios. Apresentei quando cheguei no Senado, até pela experiência que tinha em Minas Gerais dos contingenciamentos sucessivos dos recursos da área de segurança, e apresentei projeto que impedia que recursos do Fundo Penitenciário e do Fundo Nacional de Segurança Pública fossem contingenciados.

Masmorras

Me lembro que o ministro da Justiça disse há algum tempo que as cadeias brasileiras eram masmorras medievais. Concordo com ele. E nesses três anos em que ele está a frente do Ministério da Justiça, do que foi aprovado no Fundo Penitenciário para transformar as masmorras em cadeias minimamente dignas, apenas 10,5% foram executados, cerca de 90% contingenciados. Quando o diagnóstico fica tão distante das intenções, assistimos o que estamos assistindo.

Direitos trabalhistas<

Os direitos trabalhistas são inegociáveis. O que tenho dito é que a partir de demandas dos próprios sindicatos, e elas vêm existindo em determinados setores, possa haver uma relação mais direta entre trabalhadores e empresários. E o Estado deve estimular essa interlocução. Eu não comprometeria e imprudência de dizer, até porque não vamos, acabar com direitos conquistados.

Bolsa Família

O Bolsa Família está enraizado, faz parte sim da paisagem econômica e social das famílias. Apresentei, há cerca de um ano, projeto de lei que eleva o Bolsa Família à condição de política de Estado, exatamente para retirá-lo do âmbito de um ministério, de uma secretaria, regulado por decretos, podendo ser instrumento de ameaças permanentes àqueles que eventualmente possam vencer as eleições e, com isso, ele pode ser qualificado. Na última semana, aprovamos por um voto projeto de minha autoria que garante que quem alcançar emprego com carteira assinada cuja remuneração passe do teto para receber o Bolsa Família, ele possa receber por seis meses ainda o benefício.

Certificação

Em Minas Gerais para você ocupar um cargo na área administrativa ou financeira de qualquer órgão da administração direta, você tem que passar por uma certificação feita por um órgão externo ao estado. No nosso caso, a universidade federal.

Legado petista

Se me perguntarem qual o mais perverso legado desse período do governo do PT, diria que foi o absoluto pouco comprometimento com a ética e com a decência na administração dos recursos públicos. Nesse governo, o que era proibido é ser pego. O que estamos assistindo em várias áreas do governo é a complacência com o equívoco. Isso é o filho danoso e perverso do aparelhamento da máquina público. Quando você não qualifica, não estabelece critérios para a indicação das pessoas, não acompanha a ação das pessoas, é um sinal de que tudo pode. Essa será uma revolução a ser feita. Resgatar na sociedade brasileira o respeito ao setor público, a partir de uma ação responsável dos agentes públicos. Quero viver, rapidamente, a partir de 2015, em um país onde ética e eficiência possam caminhar juntas.