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O PT e as privatizações:“Qual é o PT de verdade? O do discurso ou o da realidade?, questiona Aécio”

Gestão Pública, Gestão do PT deficiente

Fonte: Artigo de Aécio Neves – Folha de S.Paulo

O PT e as privatizações

Toda mudança para melhor deve ser saudada. Por isso, devemos reconhecer como positiva, ainda que com o atraso de uma década, a privatização dos aeroportos.

Porém, uma pergunta é inevitável: por que, afinal, esperamos tanto? O governo, por inércia, permitiu que se instalasse o caos nos aeroportos e só reagiu diante da aproximação da Copa, alimentando a ideia de que só age sob pressão e tem na improvisação uma de suas marcas.

Talvez isso explique terem privatizado sem exigir garantias mínimas compatíveis com operações desse porte. Pouco parece importar se há entre os vencedores crônicos inadimplentes em outros mercados ou mesmo quem não tivesse condições de conseguir financiamento junto ao mesmo BNDES, em operação de muito menor porte.

Privatizaram fingindo não privatizar e ignoraram a oportunidade de buscar contrapartidas óbvias que pudessem garantir, em um mesmo lote, a modernização de aeroportos mais e menos rentáveis. Prevaleceu a lógica do maior ágio e do interesse comercial dos grupos privados em detrimento das populações de regiões onde os investimentos serão menos atrativos.

Por tudo isso, é desleal o ataque histriônico do PT às privatizações do governo FHC. Desleal porque em nenhum momento o programa de concessões ou privatizações foi interrompido. São as leis brasileiras que obrigam o uso de concessões em determinados serviços e não a ideologia petista, como tentam fazer crer, em risível contorcionismo verbal, alguns líderes do partido.

No governo FHC também foram feitas concessões como na área de energia elétrica. Da mesma forma que nos aeroportos, ao final do prazo de outorga os ativos retornarão à União. Aliás, é exatamente o que se discute agora -a renovação ou não de outorgas concedidas naquele período.

O episódio da privatização dos aeroportos, no qual serão usados recursos públicos do BNDES e dos fundos de pensão, prática demonizada pelo PT, que neles via um mero instrumento de financiamento do lucro privado, traz à tona uma outra indagação cada vez mais comum entre os brasileiros: afinal, o que pensa e qual é o PT de verdade? O do discurso ou o da realidade? O que lutou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, o Proer e o Plano Real ou o que os elogia hoje?

O PT dos paladinos da ética ou o do recorde de ministros derrubados por desvios? O que ataca as privatizações ou o que as realiza? O que, na oposição, defende de forma indiscriminada todo tipo de greve ou o que, no governo, reage a elas?

No mais, vale registrar: a insistência do PT em comparar modelos de privatização é bem vinda. Até porque não deixa de ser divertido ouvir o PT discutir quem privatiza melhor.

AÉCIO NEVES escreve às segundas-feiras nesta coluna. 

Privatização leva a duelo verbal entre tucanos e petistas

Fonte: Cristiane Agostine, Raquel Ulhôa e João Villaverde – Valor Econômico

Privatização leva a duelo verbal entre tucanos e petistas

Alvo das críticas do PT por promover privatizações em sua gestão (1995-2002), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que a presidente Dilma Rousseff desmistificou “o demônio do privatismo” ao conceder à iniciativa privada três dos principais aeroportos do país, Guarulhos, Brasília e Viracopos, por R$ 24,5 bilhões.

FHC reiterou que a privatização não é uma questão ideológica. “É uma questão que depende das circunstâncias”, declarou, em um vídeo divulgado ontem pelo site do tucano, o “Observador Político”.

Fernando Henrique, presidente de honra do PSDB, não citou diretamente as críticas feitas pelo PT à privatização realizada durante seu governo e nas campanhas presidenciais de 2006 e 2010. No entanto, rebateu os ataques que ouviu durante a privatização da Vale. “Não há risco de desnacionalização”, afirmou FHC. “São fantasmas que estão desaparecendo porque o Brasil está mais maduro”, declarou.

O ex-presidente lembrou dos ataques que recebeu. “Quantas críticas eu ouvi porque o BNDES participava das privatizações… Agora continua participando e tem que participar para financiar”, disse. “Outras críticas eram sobre o dinheiro dos fundos de pensão. Mas os fundos de pensão são para isso, são para investir, e agora que a taxa de juros está caindo tem que investir mais. Não tem nada de negativo nisso”, comentou FHC. “Espero que agora os aeroportos comecem a funcionar e que dê tempo até a Copa [de 2014]“, ironizou.

Depois da manifestação de líderes do PSDB nos últimos dias, comparando o leilão dos aeroportos às privatizações conduzidas pelos tucanos nos anos 1990, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, saiu em defesa do governo Dilma Rousseff. “Nosso modelo de concessão é diferente da política de Fernando Henrique Cardoso, que tinha na lei de concessão e privatização a obrigação de usar o recurso para pagar dívida”, afirmou.

“Trata-se de uma diferença fundamental entre a nossa forma [de concessão], que não vai para o superávit primário. É claro que os recursos entrarão no caixa do governo, mas serão direcionados para o fundo do setor, que vai utilizar os recursos [obtidos com o leilão] para investimentos nos aeroportos regionais, de forma a criar uma grande rede de aeroportos regionais”, disse o ministro, em referência ao Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC).

Em resposta às provocações dos tucanos, o ex-ministro da Casa Civil e ex-presidente nacional do PT, José Dirceu defendeu a privatização e disse que o PSDB “está com ciúmes”. Assim como Mantega, Dirceu tentou diferenciar a ação do governo Dilma das privatizações feitas por FHC.

Segundo o ex-ministro, o leilão dos aeroportos de Cumbica, Viracopos e Brasília não significa a “retomada do processo de privatização” do governo tucano. “Com essas concessões, apenas repete-se o bom desempenho dos governos dos presidentes Lula [Luiz Inácio Lula da Silva] e Dilma Rousseff no setor de rodovias – concedidas mediante exigências completamente diferentes das estabelecidas nesta área pelo tucanato”, afirmou Dirceu em artigo publicado nesta quarta-feira no site do petista. “E vêm aí as concessões dos portos e as revisões dos contratos das ferrovias, onde nunca o poder público investiu tanto”, registrou.

Para Dirceu, os tucanos estão “inquietos, desarvorados”. “Tanto alarde feito pelo PSDB comprova apenas uma coisa: os tucanos passaram recibo, estão com ciúmes!”

Entre afagos e alfinetadas, os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Lindbergh Farias (PT-RJ) protagonizaram ontem um debate público que expôs a dificuldade do PT em justificar a concessão dos aeroportos pelo governo Dilma Rousseff – após o partido atacar tão duramente as privatizações da gestão FHC – e a disposição do PSDB em explorar eleitoralmente essa aparente “incoerência”.

Durante a gravação de entrevista dos dois para um programa de televisão, fora do plenário do Senado, Lindbergh equivocou-se e, num “escorregão”, usou a palavra “privatização” no lugar de “concessão”, alimentando as provocações.

“A privatização dos aeroportos foi a privatização mais bem sucedida no Brasil”, disse Lindbergh, ao lado de Aécio. “Olha aí, assumiu. O PT saiu do armário”, comentou o tucano. Constrangido, Lindbergh tentou retomar as rédeas da conversa. “Aécio tem tudo para ser presidente um dia, mas nesse caso, está equivocado”. O mineiro devolveu o elogio, dizendo que Lindbergh seria governador um dia e poderiam até estar juntos. “Se não tivessem amarras, ele teria muito mais prazer em andar comigo do que com muitos aliados dele”.

Brincadeiras à parte, o debate mostrou que o assunto é indigesto aos petistas. Em ano eleitoral, o PT tem que explicar às bases a aparente mudança de comportamento do governo. “Estamos preocupados em organizar nossa tropa lá embaixo. Temos que unificar o discurso e alguns argumentos”, afirmou Lindbergh.

O principal argumento que os petistas têm usado na defesa da concessão dos aeroportos é dizer o modelo é diferente da privatização realizada na gestão FHC, como na Vale e nas empresas de telecomunicações.

Para Aécio, trata-se de questão de semântica. “Há uma aproximação do PT de teses que historicamente combatia e que sempre defendemos. Com uma nova realidade e um viés diferente, claro. Mas é uma aproximação. Acho que o PT vai ter uma dificuldade enorme de ir para a campanha municipal e dizer que se colocará contrariamente a qualquer proposta privatizante.” Aécio admitiu que o PSDB, por sua vez, abdicou durante dez anos de defender seu legado. “E estamos pagando um preço caro.”

São três os argumentos do PT para defender a medida adotada pelo governo. Primeiro, tentar mostrar que a concessão da administração dos serviços de aeroportos por alguns anos é diferente de privatização, onde há venda de bens públicos, de ativos, “entrega de patrimônio, como houve na Vale e nas teles”.

O segundo argumento é que aeroporto não é área estratégica. E o terceiro é o modelo: enquanto FHC privatizou para pagar juros da dívida, Dilma está concedendo para alavancar os investimentos.

Aécio e Lindbergh trocam farpas no Senado

Aécio oposição

Fonte: Christiane Samarco – Estado de S.Paulo

Aécio e Lindbergh trocam farpas no Senado

O tema privatização provocou um embate ontem entre os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Lindbergh Farias (PT-RJ).

Preocupado com a reação da militância do PT ao leilão de três aeroportos às vésperas do Congresso Nacional do partido, marcado para amanhã em Brasília, Lindbergh insistiu na tese de que não houve privatização, e sim concessão. A privatização petista extraiu a simpatia do tucano. “É o PT seguindo o ideário do PSDB e isso é muito bom. Quem sabe não estejamos juntos lá na frente”,provocou Aécio.

O petista foi derrubado por um ato falho. “A privatização do PT foi uma das mais bem-sucedidas da história do País”, deixou escapar Lindbergh no calor do debate, quando tentava pontuar as diferenças entre o modelo privatista do PSDB e as concessões do governo Dilma Rousseff.

Aécio vibrou com o escorregão do colega. Nervoso e lívido diante do desconforto de reconhecer o “ato falho”, o senador do PT ensaiou uma canelada no colega. “Se a gente tivesse deixado, até a Petrobrás tinha ido embora”, atacou, no que foi contestado por Aécio. “Privatizamos o que tinha que ser privatizado. O PSDB nunca falou em privatizar a Petrobrás.”

Retomando o tom cordial, Lindbergh falou da dificuldade de debater com “o mais simpático e mais competente senador do PSDB”. A partir daí, a troca de afagos evoluiu para lançamentos mútuos de candidaturas. “O Aécio tem tudo para ser um dia presidente da República. Mas não vai ser agora”, disse.

“Lindbergh é o PT moderno, não tem nada com isso (o fora FHC). Se ele for governador do Rio, fará concessões”, disse o tucano.

FHC diz que leilão dos aeroportos vai desmistificar a privatização, Aécio critica demora no processo de concessão

Aécio oposição 

Fonte:  Daniel Marenco – Folhapress  

Privatização foi desmistificada, diz FHC

Ex-presidente afirma que concessão dos aeroportos é prova de amadurecimento político-econômico do país

Aécio diz que PT copia tucanos; para governo, dinheiro será para investimentos, e não para abater dívida

O ex-presidente FHC, que afirma acreditar no fim dos ‘fantasmas’ da privatização

DE SÃO PAULO – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou que as concessões dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília, realizadas nesta semana, são uma mostra do amadurecimento político-econômico do país.

Para FHC, os leilões dos aeroportos servirão para “desmistificar” a privatização e acabar com gestos políticos de condenação ao processo. “Como se fosse o demônio que privatiza”, afirmou.

“A privatização não é uma questão ideológica. É uma questão que depende das circunstâncias, de como você aumenta sua capacidade de gerenciar, aumenta sua oferta de serviço, melhora a eficiência e aumenta também a quantidade disponível de recursos. É uma questão de responsabilidade”, disse FHC ao site Observador Político.

“Quando a privatização é bem-feita, todo mundo ganha. Esses fantasmas estão desaparecendo porque o Brasil está mais maduro.”

No depoimento, o ex-presidente voltou a defender as privatizações anteriores, inclusive as realizadas em suas duas gestões (1995-2002).

“As siderúrgicas começaram a ser privatizadas no governo [José] Sarney. Depois teve a Embraer e a [Companhia] Siderúrgica Nacional no governo Itamar [Franco]. No meu caso, as telefônicas e a Vale”, afirmou.

FUNDOS DE PENSÃO

FHC também defendeu a participação do governo e dos fundos de pensão estatais.

“Os fundos de pensão são para isso, para investir, não tem nada de negativo nisso. O importante é ser transparente, que haja uma agência reguladora”, disse, fazendo um alerta contra a formação de monopólio. “Tem que manter a competição.”

Outro líder tucano, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) acusou o PT de copiar as iniciativas econômicas da gestão FHC. “Há um software pirata em execução no Brasil. Porque o original é nosso. Quem concebeu essa construção macroeconômica de câmbio flutuante e superavit primário foi o PSDB”, disse Aécio, em nota enviada por sua assessoria de imprensa.

O senador considera que houve “demora excessiva” na concessão dos aeroportos.

DIFERENÇA

Em resposta, o ministro Guido Mantega (Fazenda) disse ontem que o dinheiro dos leilões (R$ 24,5 bilhões) será usado para investimentos em infraestrutura, o que não ocorreu nos anos FHC.

“[Os recursos] Não serão contingenciados e utilizados para abater dívida. Isso faz com que a nossa concessão seja diferente”, afirmou.